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O LOBO, A RAPOSA E O OURIÇO

(continuação do conto) - 4ªA

          Depois de tanto comer, o ouriço ficou com a barriga muito pesada. Sentiu-se tão mal, tropeçou numa raiz de uma árvore e começou a rebolar pelo monte abaixo.

          O Luís (nome do ouriço) mal chegou à planície, ele continuou a rebolar mais devagar e só parou dentro da ribeira. Os castores que lá estavam a construir os diques assustaram-se com o tamanho da barriga do ouriço. O Luís boiou durante muito tempo. Admirados com o sucedido, os castores pensando que o ouriço, em forma de bola, fosse um óptimo pedaço de madeira. Ao pegarem nele picaram-se bastante. Num piscar de olhos os castores Aníbal, Carlos, Carlota, Joana e Noémia ficaram de imediato paralisados com imensos espinhos nas patas. Logo desistiram de completar o dique com o pedaço de madeira falso.

          A noite estava prestes a cair e o ouriço já farto das dores de barriga decide ir a casa da sua amiga doninha Marta, a médica das redondezas.

          Quando por fim lá chega, toca na campainha e atende-lhe a lebre enfermeira Kika:

           - O que deseja o Sr. Ouriço?

           - Eu … !? Enfermeira Kika quero de imediato uma consulta para me receitar um remédio para as dores de barriga.

           - Entre já, tenho uma vaga a seguir. Sente-se na sala de espera que já o chamo.

           - Sr. Ouriço Luís, faça o favor de entrar - disse a doutora Marta.

           - Boa noite doutora Marta. Eu dirigi-me ao seu consultório, porque estou com dores fortes na zona abdominal. Estas dores devem-se ao seguinte motivo: eu comi mel em excesso. Fui muito guloso.

           - Muito bem!!! Vamos lá tratar dessas dores de barriga. Para o seu problema receito uma dieta rica em vegetais, peixes e maça e pêra cozida. O medicamento que receito são comprimidos efervescentes com sabor a hortelã. Deverá tomar três vezes ao dia após as refeições principais, pequeno-almoço, almoço e jantar. Esta toma será feita durante um mês.

           - Obrigado pelo seu cuidado e atenção em tratar do meu problema de saúde – respondeu o ouriço.

           Mal o ouriço saiu do consultório, adivinhem quem estava à espera dele do outro lado da floresta!? Eram os seus dois amigos, o lobo Asdrúbal e a raposa Micaela, os dois amigos estavam furiosos com o que aconteceu. Eles correram atrás do ouriço até ao pantanal.

            Lá os três já muito cansados caíram no chão. O ouriço bateu com as patas dianteiras nas raízes da árvore enorme que estava sobre o pântano, o lobo partiu os dentes quando bateu com o focinho no chão e a raposa rasgou a orelha direita quando tentava desviar-se de um texugo que saía da toca.

            Os três animais estavam cansados com toda esta situação problemática. Todos adormeceram.

            No dia seguinte, o lobo, a raposa e o ouriço acordaram com um enorme enxame de abelhas a sobrevoar as suas cabeças começaram a picá-los. Eles ficaram com os rostos inchados e disformes.

            Enquanto isto tudo acontecia estava atrás de um arvoredo a assistir a tudo, a dona lebre Kika! Ela de imediato socorre-os prestando-lhes os primeiros socorros. Depois levou-os depressa para a clínica da doutora Marta. Mal lá chegaram a doutora passou-lhes no rosto um óleo feito de urtigas e aloé vera.

            Após o tratamento de pele, os três amigos foram internados durante uma semana porque lhes tinha sido diagnosticado uma gripe, por terem dormido ao relento. A recuperação foi excelente.

             Já em suas casas, cada um dos animais lembrou-se da aventura do mel. O ouriço Luís telefonou-lhes a pedir desculpa pelas situações desagradáveis sucedidas. Então, os três amigos combinaram um encontro, no mesmo local onde tudo começou…

             O encontro ficou marcado por volta das 15:00, na ladeira. O primeiro a chegar ao local, foi o ouriço, a seguir foi o lobo e por último a raposa. Os três deram um enorme abraço.

             De forma efusiva sentaram-se na relva e conversaram durante longas horas. Cada um deles, deu a sua opinião acerca do que aconteceu. Chegaram à conclusão seguinte: nem a idade nem a gula, vencem a amizade.

             Já noite de luar, os três tiveram de fugir por entre o arvoredo porque se assustaram com ruídos vindos de uma gruta ali perto. Ao seu encontro veio um bando de morcegos audazes por morder os três pescocinhos. Hahahahaha…!!!

Continuação do conto “O Lobo, a raposa e o ouriço”, de Alexandre Parafita, retirado da obra “Contos de Animais com manhas de gente”, 2.ª edição, Plátano Editora, 2010.

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